Recentemente tomando café da
tarde com minha amiga Nana, depois de um delicioso churrasco gaúcho,
tradicional em sua casa, surgiu sua pequerrucha com vocábulos divertidos:
“Molango”!
Eu não sei por que surgiu o
papo do monóculos, acho que a pequena com seus cabelos dourados se atrapalhou
falando da mana, com a mana ou para mana. E para brincar com ela falei o
seguinte: “Quando se tem um olho se usa um monóculos, quando se têm dois olhos
se usa um binóculos, quando se têm três olhos se usa trinóculos, quando se têm
quatro olhos se usa um quadronóculos, e quando se têm cinco olhos se usa um
pentanóculos”.
– É de molango? – perguntou à
pequena.
Nessa linha de raciocínio
que todos riam, surgiu-me uma questão profunda sobre os inimigos do homem aranha:
“Porque octopolus não era chamado de lula ou polvo”?
– É Octopus – corrigiu-me
Nana sorridente.
– Essas palavras que vem do
francês sempre me trazem confusão, têm coisas que não saem direito da boca da
gente – inteirei fazendo gracinha.
Depois disso veio à história
da framboesa que é um tipo de amora. Goiaba, pitanga e por fim o picolé de
picanha.
A pequerrucha não sabia o
que era uma pitanga e, consequentemente, sua cor. Lembrei-me de minha infância,
onde na casa de minha vizinha colhia dessas frutinhas vermelhas doces como mel.
Alguns anos depois aprendi que subindo em direção à Bahia passando por Minas
Gerais, existem pitangas nas cores amarelas e roxas.
Recentemente nas ruas de
Santo André tenho encontrado muitas pitangas vermelhas azedas como acerolas,
ainda lembro como as frutinhas eram na minha infância também, as coisas mudam,
mas as memórias não.
Jorge Barboza
Escritor
e Colunista Social
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