sexta-feira, 10 de março de 2017

Monóculos

Recentemente tomando café da tarde com minha amiga Nana, depois de um delicioso churrasco gaúcho, tradicional em sua casa, surgiu sua pequerrucha com vocábulos divertidos: “Molango”!
Eu não sei por que surgiu o papo do monóculos, acho que a pequena com seus cabelos dourados se atrapalhou falando da mana, com a mana ou para mana. E para brincar com ela falei o seguinte: “Quando se tem um olho se usa um monóculos, quando se têm dois olhos se usa um binóculos, quando se têm três olhos se usa trinóculos, quando se têm quatro olhos se usa um quadronóculos, e quando se têm cinco olhos se usa um pentanóculos”.
– É de molango? – perguntou à pequena.
Nessa linha de raciocínio que todos riam, surgiu-me uma questão profunda sobre os inimigos do homem aranha: “Porque octopolus não era chamado de lula ou polvo”?
– É Octopus – corrigiu-me Nana sorridente.
– Essas palavras que vem do francês sempre me trazem confusão, têm coisas que não saem direito da boca da gente – inteirei fazendo gracinha.
Depois disso veio à história da framboesa que é um tipo de amora. Goiaba, pitanga e por fim o picolé de picanha.
A pequerrucha não sabia o que era uma pitanga e, consequentemente, sua cor. Lembrei-me de minha infância, onde na casa de minha vizinha colhia dessas frutinhas vermelhas doces como mel. Alguns anos depois aprendi que subindo em direção à Bahia passando por Minas Gerais, existem pitangas nas cores amarelas e roxas.
Recentemente nas ruas de Santo André tenho encontrado muitas pitangas vermelhas azedas como acerolas, ainda lembro como as frutinhas eram na minha infância também, as coisas mudam, mas as memórias não.


           
            Jorge Barboza

Escritor e Colunista Social

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