domingo, 28 de janeiro de 2018
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Meu novo livro!
Antes disso havia um “Tempo
da Graça”, de 15 a 30 dias na prisão, onde se prometia para todos os
transgressores nada de açoitamentos, cortes, torturas, pedradas e similares
formas de retaliação para definitiva confissão de pecados a Santa Igreja.
Antes da Inquisição
Espanhola que marca o fim do Mercantilismo, era antiga, e surgimento de um novo
sistema econômico: o Capitalismo. Duras penas levam as mulheres ao fogo: ao
inferno na terra. Quem acredita em julgamento final não quer ter seus segredos
escancarados ao Santo Ofício, a condenação é certa.
O sistema de indulgencias
está arruinado para sempre e os paranormais começam agir nas estradas
antecipando o bem e o mal que povoam terras e igrejas distantes, começam assim
as articulações divinas, os homens mais uma vez são marionetes...
A fuga do reino espanhol não
é mais suficiente, é necessária para cruzar o oceano com vida, sem escravidão,
e chegar ao Novo Mundo: o Paraíso Perdido...
sábado, 20 de janeiro de 2018
Nu
Infelizmente
o nu chegou aos redores de nossos museus.
Você deve estar se
perguntando: Não existem estatuas e pinturas de nu artísticos dentro dos
maiores e menores acervos nacionais e internacionais de Belas Artes pelo Mundo?
Sim, há. Mas o que vou
relatar não se trata de uma imagem parada ou estática em gesso, madeira,
cerejeira, garapeira, pinho, cedrinho, cerâmica, argila, terracota, reboco,
taipa de pilão, pau-a-pique, terra crua, metal, bronze, ouro, prata, chumbo,
aço, cimento, granito, mármore, pedra sabão...
Estava tirando fotos da
Catedral da Sé, em minha última excursão ao Caixa Cultural, de uma de suas
magistrais janelas do sexto andar, quando vi em um dos quartos do hotel amarelo
em frente ao espaço cultural, um casal nu!
Não era amor, nem sexo, era
um casal nu pousando para fotos na cama, na poltrona, no chão, no parapeito da
janela do hotel...
Eles não tinham noção dos
olhares de fora, exatamente, do Caixa Cultural... Houve um burburinho entre
outros visitantes da exposição, seguranças correndo fechando as cortinas, que
davam margens ao espetáculo nu, um monte de explicações desconexas, rostos
corados, muitas hipóteses, risadinhas, muito falatório, gargalhadas, muitas
dúvidas, por fim, minha visita acabou antes do que eu esperava, não estava mais
interessado na mostra.
As sombras tomaram o andar
como se nu fosse o inimigo, proibido, perigoso, as obras do Museu da Caixa estava
envergonhado, constrangido, tímido, preocupado, eu estava com as obras, mas de
outro lado sereno, tranquilo, a vontade com roupa, do que vi e entendi, blá blá
blá, eu cansei das cortinas fechadas, das pessoas falando, será que as pessoas
não entendiam mais nada e o nu assumiu tudo?
Passei as mãos na cabeça,
desci o elevador, balbuciei algo a assessorista do elevador, pedi minhas coisas
a recepcionista na chapelaria, carimbos nos folders, corri para fora, para o
metrô, para longe, finalmente acabei com as tormentas, os rumores e o nu tomou
a proporção que devia ter, um momento de intimidade longe de tantos olhares e
tantas bocas, um filme que se escolhe assistir, uma revista que se deseja
rever, um local gostoso como o desejo...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Quebrante ou Quebranto
Rezar três vezes:
Com dois puseram
Com três eu tiro.
Com o nome do Pai,
Do Filho e do Espírito Santo,
Sai quebranto! (ORTENCIO, 1997,
p. 229).
Segundo meu sobrinho e afilhado,
quebrante é um malogro que se faz as meninas enquanto o quebranto é um mau-olhado
feito aos meninos.
Quebranto é um estado de torpor,
cansaço, languidez, quebrantamento; segundo o Dicionário Houaiss da
língua portuguesa, suposta influência maléfica de feitiço, por encantamento à
distância. Efeito malévolo, segundo a crendice popular, que a atitude, ou seja,
o olhar de algumas pessoas produz em outras, principalmente, em recém-nascidos,
bebês de colo ou crianças de modo geral...
Se todos são capazes de produzir
essas energias negativas ou positivas, todos também podem ser protagonistas da expansão
ou expulsão destes tipos de energias...
Desfalecimento, prostração,
quebramento de corpo eram registros deste fenômeno nos antigos dicionários
portugueses.
Na Grécia existe, inclusive, o
famoso olho grego, um talismã contra a inveja e o mau-olhado, que funciona
também como um símbolo da sorte e é um poderoso instrumento contra energias
negativas. Atualmente é feito de vidro, na cor azul, sendo usado como pingentes
em pulseira, colares e chaveiros.
Universalmente, o mau-olhado é conhecido
como mal de ojo, na Espanha; mal-occhio, para os
italianos; evil eye para os ingleses e mati, para
os gregos. No Brasil, considera-se quebranto quando afeta o ser humano e
mau-olhado quando afeta plantas e animais...
São diversos os sintomas de quem
é vítima do quebranto: olhos lacrimejantes, moleza por todo o corpo, tristeza,
bocejar constante, espirros repetidos, inapetência. No caso dos animais, ficam
tristes, parados e encorujados. As plantas vítimas de mau-olhado murcham sem
motivo e rapidamente, às vezes da noite para o dia ou vice-versa, dependendo de
quando foram atingidas pelas irradiações maléficas.
Seja quebranto, quebrante ou
mau-olhado, segundo a crença popular, nem sempre ele vem de alguém invejoso.
Aliás, o quebranto mais difícil de cortar provém de não invejosos. É preciso
benzer com um galhinho de arruda, por três, sete ou até nove dias seguidos,
acredite se quiser...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
Referências
ARAÚJO, Alceu Maynard. Quebranto. In: ______. Medicina rústica. 3. ed. São Paulo: Comp. Ed. Nacional, 1979.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do
folclore brasileiro. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Global,
2002.
GASPAR, Lúcia. Quebranto e mau-olhado. Pesquisa
Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>.
Acesso em: 31 dez. 2017.
OLHO Gordo, Mau Olhado e Quebranto, o que é e quais
são os sintomas. Disponível em: <http://bomfeiticeiro.com/simpatias-feiticos-medalhas-cruzes-talismas-amuletos-de-protecao-magia-contra-feiticos/olho-gordo-mau-olhado-inveja-quebranto/>.
Acesso em: 17 abr. 2013.
ORTENCIO, Bariani. Medicina popular do
Centro-Oeste. 2. ed. rev. e atual. Brasília, DF: Thesaurus, 1997.
REZAS, benzeduras, simpatias: soluções para todos
os seus males. São Paulo: Editora Três [19--?].
Assinar:
Postagens (Atom)