"Para ganhar um ano novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu
sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de
você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre" (Carlos Drummond de Andrade).
domingo, 31 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Passado
Eu
não tenho medo do futuro, da próxima hora, dos próximos dias e do Ano Novo. Eu tenho
medo do passado...
Tempos que não posso mudar,
escolhas que se foram, histórias que não quero recontar, textos que evito reler,
filmes que não insisto em assistir, discos de músicas tristes e, portanto,
ruins...
Os
sonhos mudaram e os pesadelos também, ódios que se findaram e amores que não
vivi, brinquedos doados e presentes que nunca abri.
Pense
bem, o que se passou são areias que escorrem pelos dedos, grãos que vão
voluntariamente chegam para o chão, impulsionados pela gravidade, uma força natural e indivisível.
Não
tema o futuro, faça boas escolhas agora e reconheça que o passado pode ser
esquecido, reinventado, omitido, mas nunca combatido. O tempo de ser feliz é o
agora. Não perca tempo de mudar o passado, mas de tornar o futuro melhor para
si e para todos...
Feliz
2018!
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Jorge Lima - Poema de Natal
Oh, meu Jesus .Quando você ficar assim, maiorzinho, venha pra darmos um passeio que eu também gosto de crianças.
Iremos ver as feras mansas que há no jardim zoológico. E, em qualquer dia feriado, iremos então, por exemplo, ver Cristo rei do corcovado. E quando passar vendo o menino, há de dizer: ali vai o filho de Nossa Senhora da Conceição.
Aquele menino que vai ali (Diversos homens logo dirão) sabe mais coisas que todos nós.
- Bom dia, Jesus (Dirá uma voz, e outras vozes cochicharão). É o belo menino que está no livro da minha primeira comunhão.
- Como está forte!
- Nada mudou.
- Que boa saúde, que boas cores. (Dirão adiante outros senhores). Mas outra gente de aspecto vário há de dizer ao ver você:
- É o menino do carpinteiro.
E vendo esses modos de operário que sai aos domingos para passear, nos convidarão para irmos juntos os camaradas visitar. E quando voltarmos pra casa, à noite, e forem para o vício os pecadores, eles sem dúvida me convidarão. Eu hei de inventar pretextos sutis para você me deixar sozinho ir. Ah, menino Jesus, miserere nobis, segure com força a minha mão.
LIMA, Jorge de. Poemas Completos. Vol. I. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974.
Assinar:
Postagens (Atom)