quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Golfinho

            Gosto muito de ouvir crianças de história, ou melhor dizendo, ouvir história de  crianças. Fazer ou responder perguntas aos pequenos sempre traz muita alegria e graça a vida...
            Eu não me recordo quando foi que ouvi essa história do golfinho, nem sei como surgiu na escola que trabalhava, acredito que falávamos de piratas, de navios e de mares, dos sete mares...
            Esta expressão épica, os sete mares, aparece em diversos povos e diferentes épocas, como os gregos que os consideravam compostos pelo: o Adriático; o Arábico; o Cáspio; o Egeu; o Mediterrâneo; o Negro; o Vermelho. Outrossim, entendiam os setes mares como os setes oceanos, ou seja: Oceano Antártico; Oceano Ártico; Oceano Atlântico Norte; Oceano Atlântico Sul; Oceano Indico; Oceano Pacifico Norte; Oceano Pacifico Sul.
Identifico-me muito que essa última explicação vinda dos primeiros europeus ao chegarem a América do Norte para colonização de povoamento...
Estava eu explicando porque se fala de sete mares até hoje, uma ideia antiga, de povo bárbaro que engatinhavam pela ciência moderna e que se locomovia rapidamente de barco...
            Uma jovem de seus 7 anos, cabelos presos em chuquinhas coloridas, três para ser mais exato, disse alegremente:
            – O Golfinho é filho da Baleia com o Tubarão...
            Eu sempre fico na dúvida se a menina usou de esperteza para mudar de assunto, ou de traquinagem, para dizer que a conversa estava cansativa...
            – Como assim? – retruquei sem pestanejar nem ralear como a criança.
            – O Golfinho é meio retardo por isso, vive rindo à toa como o pai, o tubarão, e vive aos pulos nas ondas como a mãe para aparecer, a baleia...
            No fundo, eu sempre achei os golfinhos alegres de mais, de inteligência diferenciada que não os desqualifica em nada, mas se de fato um golfinho fosse o resultado de uma gestação mal sucedida entre a baleia e o tubarão não seria ele a pior espécie dos sete mares. Só me preocuparia com que seria os pais da água viva e da enguia elétrica na difícil missão de educar seus filhos para não queimar nem dar choques nos coleguinhas de natação livre...


Jorge Barboza

Escritor e Colunista Social

Nenhum comentário:

Postar um comentário