segunda-feira, 20 de junho de 2016

Moura da Fonte

Santo André, 20 de fevereiro de 2011.

Saudações

      Cara minha, antes de nossa avó partir, ela revelou pra mim perturbada, o início de nossa história em Portugal. E ainda nos seguintes termos:
      “Com o alvorecer as velas se apagam e o sol surge forte e intenso misturando todas as terras portuguesas e todas as lendas. Verdades e mentiras repletas de cousas que devem ser ouvidas de Portugal inteiro.
 Antes da história há sempre um início que não é a Noiva de Negro,, mas sim a Moura da Fonte, nossa tataravó. Moura porque ela é negra, e da Fonte porque era lá que ela realizava seus milagres, desfeitiços e encantamentos.
Segundo a tradição antiga era na noite de São João que geralmente ela aparecia penteando suas tranças com pentes de oiro fino, aconselhada para diversos males.
      Largou o marido e trouxe seu pequeno filho a Açores. Casou-se de novo. Amaldiçoada disseram, mas não era bruxa,, nem serpente, nem dama-de-pés-de-cabra. Era gente sabida de carne e osso, uma espigueira que protege seu cereal do qual se fará o pão.
Nunca morou em grutas, e necrópoles, mas previu o futuro de suas netas dizendo: “A mais velha vai casar cedo, morrer logo e deixar o marido para a mais nova pra não perder dinheiro (herança) e casará de negro. Assim ela disse e assim aconteceu. E assim surgiu nossa primeira Noiva de Negro”.
Um abraço... Cuide-se!

(Este texto faz parte do livro ESSAS MULHERES de Jorge Barboza pelo clubedeautores.com.br)

JorgeBarboza
Escritor e Colunista Social

Nenhum comentário:

Postar um comentário