Há dez anos, o rei Orfeu
vivia sonhando com sua esposa morta. E todos os dias, ele cantava seu mais
triste lamento que nada curava e tudo fazia sofrer.
Certa noite, de lua nova,
uma noite muito escura, surgiu um mágico dizendo que podia fazer o que o rei
queria: trazer sua bela esposa de volta. Mas havia um apanágio: Orfeu nunca
poderia ver a esposa durante o dia nem toca-la em hipótese nenhuma.
E assim, pôr-do-sol após
pôr-do-sol, o rei perdia seu jantar e ficava até os primeiros raios solares
conversando com sua amada Eurídice. Ele sentado no seu trono com suas harpas.
Ela atrás de uma tela esticada em dois pilares e na frente de intensa luz.
Um dia, Orfeu
desesperadamente deixa a promessa e rasga a tela com as próprias mãos, tentou
inutilmente abraçar a esposa, a sombra da esposa fugiu para perto e para longe.
Atrás do dourado archote, o mágico revelou que era o deus Hades. Sem
alternativa o archote apagou-se para que seu mestre desaparecesse sem deixar
rastros.
Uns contam que o rei,
morreu, adoecendo de tanto desgosto. Outros dizem que ele pegou o archote
dourado e assim encantou-se com ele. Logo voltou a cantar o amor e aprendeu
usa-lo com uma pequena silhueta de papel atrás de uma nova tela, o trabalho era
tão perfeito que ele ensinou a todos aquela arte de sombras na frente do
archote dourado, presente de Hades.
Jorge
Barboza
Colunista
Social. Escritor. Revisor.
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